A Cultura de Segurança de Alimentos foi definida pela GFSI (Global Food Safety Initiative), como “os valores, crenças e normas compartilhados que afetam o pensamento e o comportamento com relação à Segurança de Alimentos em, através e por toda organização”.

Em novembro de 2020, a FSSC 22000 lançou a versão 5.1, onde publicou um guia de orientação às empresas sobre a cultura de segurança de alimentos onde as organizações certificadas serão auditadas a partir de 2021 neste requisito.

Sabemos da importância de um sistema de gestão de segurança de alimentos bem implantado, porém o seu desenvolvimento e fortalecimento depende do ser humano, dos colaboradores, que vai além da missão e dos valores da organização. Para tanto, a segurança de alimentos inclui comprometimento e engajamento de todos, de todos os níveis da empresa. Sendo assim, a GFSI enfatiza que “para ser bem-sucedida e sustentável, a segurança de alimentos deve ir além dos regulamentos formais para viver dentro da cultura de uma empresa”. É sabido que as indústrias alimentícias possuem procedimentos operacionais e seguem as boas práticas de fabricação, porém  desvios ainda ocorrem com frequência, resultando em uma busca constante por ações corretivas imediatas com o intuito de evitar que produtos inseguros acabem chegando ao mercado consumidor. É um ciclo repetitivo que acontece em diversas organizações onde o setor da qualidade está sempre a postos para “apagar incêndios”.

O guia de orientação para a cultura de segurança de alimentos da FSSC 22000 versão 5.1 ressalta que devem ser fornecidas evidências do compromisso da alta administração em estabelecer, implementar, manter e melhorar continuamente o Sistema de Gestão de Segurança de alimentos. O que deve incluir elementos da cultura de segurança de alimentos, no mínimo consistindo em: Comunicação, Treinamento, Feedback dos colaboradores e Medição de desempenho em atividades relacionadas à segurança de alimentos.

Além de estabelecer um programa contínuo de treinamento para os colaboradores, o papel dos líderes é essencial para que as ações sejam realizadas em todos os níveis hierárquicos da empresa, incluindo fornecedores de produtos e serviços. A comunicação deve ser clara e objetiva. Todas as partes interessadas devem ter conhecimento das metas a serem alcançadas, das melhorias, substituições, contratações, planejamentos, além de esclarecer a origem e as estratégias para estas mudanças. É vital para o estabelecimento da cultura de segurança de alimentos que esta comunicação seja regular, assim como a educação, o trabalho em equipe e as responsabilidades pessoais. As habilidades aprendidas, incluindo adaptabilidade e conscientização sobre riscos, levarão as práticas alimentares seguras e importantes, além de uma conversa teórica para vivência em “tempo real”.

Estabelecer uma dinâmica de feedback dos participantes, buscar ouvi-los e considerar que algumas colocações podem ser implementadas. Desta forma, as pessoas se sentirão valorizadas e mudanças significativas práticas podem ocorrer e melhorar o processo.  Importante também, é instituir uma forma de medição do desempenho no tema segurança de alimentos. Organizar os itens que possam trazer estes indicadores e estabelecer uma frequência para verificar estes dados. A partir disto, você consegue alcançar metas reais em busca da melhoria contínua no seu sistema de gestão de segurança de alimentos.

Não existe uma forma única que todas as indústrias possam utilizar para implementar a cultura de segurança de alimentos. Cada empresa deve buscar, por tentativa e erro, se comunicar de maneira eficaz com as pessoas que fazem acontecer o seu sistema de gestão de segurança de alimentos.